quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Homem de Ferro


Houve um tempo em que os Super-Heróis vinham de outros planetas. Kripton

Eles já nasciam com um pequeno brinde agregado: super poderes; que só eram assim considerados, em planetas mais limitados (acostume-se com essa palavra), como a Terra, por exemplo.

Aqui, as pessoas não consideravam nada normal voar entre arranha-céus e soltar raio laser pelos olhos. O extraterrestre do bem não tinha as necessidades que nós tinhamos, afinal, eramos simples homens, demasiadamente humanos, e ele... ele era um Super-Homem.

Mas existiam Super-Heróis terráqueos também. Picado por aranha, se transformara em uma anomalia estranha e fascinante.

Podiamos ver , mais uma vez, alguém desfilar no alto dos prédios, por entre becos e ruas, com uma velocidade e destreza jamais alcançada por um simples e limitado homem.

O homem queria deixar de ser apenas homem, queria ser Homem-Aranha.

O mundo havia se transformado, e se transformava cada vez mais rápido.

Como disse Charles Darwin, não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. Alguns se adaptaram...

Sem naturalidade extraterrestre e sem picada de aranha ele se baseia em outro animal para deixar de ser "apenas" homem. Já que precisa voar, que animal melhor para se basear que o morcego?!

Apesar da semelhança com os demais super's, o Homem - Morcego é o primeiro a tomar uma atitude revolucionaria. Pela primeira vez, o homem não se transformou em um super-homem por obra do acaso. O homem percebeu que pode, por conta própria, suprir seus limites. (Não falei para se acostumar?).

A maior aliada dos Super-Heróis deixa de ser seu planeta de origem, modificações genéticas ou mistérios da natureza e passa a ser a modernidade.

Nasce o Homem de Ferro!

O Homem de Ferro é inteligente, é engenhoso, é engenheiro!

Descobre seus limites, cada vez mais impiedosos, mas também descobre o poder das maquinas. Decide: “quero ser uma”.

É o desejo do homem moderno. Aliás, é o desejo do homem há tempos: Suprir suas limitações físicas criando uma extensão do seu corpo.

Não sabemos mais responder... O que é homem, o que é máquina?

O homem de ferro poderia ser chamado de homem máquina.

O homem máquina é forte, é ágil, e pensa! Pensa?

"Isso é perigoso, as criaturas vão acabar dominando seus criadores", temem alguns. "Balela", rebatem os entusiastas das engrenagens.

"Evolution or not evolution?, That´s the question!" diria Shakespeare.

"Revolutions!" diria Neo, direto de Matrix.

O mundo não para de evoluir, não para de girar, não para de fabricar. Existem mais homens, existem mais máquinas, existem mais homens máquinas.

Tenho medo!

Acredita que ontem mesmo, minha TV resolveu se rebelar e aderir à revolução?

Eu clicava no botão para aumentar o volume, ela trocava de canal, eu tentava trocar de canal, ela diminuía o volume, eu tentava diminuir o volume ela desligava! Por pura pirraça!

Repito, tenho medo... Não deixo mais minhas máquinas sozinhas em casa... Vai saber o que elas andam tramando.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Revolução dos Bichos




As eleições 2010, que decidem quem será o presidente do nosso país pelos próximos quatro anos, estão me fazendo perceber o verdadeiro (alternativo) nome do Brasil: Granja do Solar.


Na nossa granja, assim como na de George Orwell, são os porcos que estão no comando.


Isso, se não é aceitável, ao menos é ao que estamos acostumados. Mas o grande problema, o que incomoda de verdade, é que nós temos sido -sem pudor e sem constrangimento- os cavalos, as vacas, as galinhas, as ovelhas...


A fim de auxiliar a nossa compreensão, os porcos que disputam a eleição de grande porco Mor pintam (ao longo de sua carreira porquitica) na parede de nosso celeiro "As regras da granja do solar":


*Não abandonar um mandato para disputar outro
*Não misturar Estado com religião
*Não difamar os irmãos
*Todos os bichos são iguais


Baseados nessas “leis imutáveis”, os porcos entram em ação por uma revolução dos bichos.


É dada a largada e de cara os porcos nos fazem perceber que cometemos um equivoco absurdo. Esquecemos um detalhe da primeira regra: “Não abandonar um mandato para disputar outro. A não ser que seja para presidência”.


Erro corrigido. Começa a disputa.


Uma nova espécie entra em ação: os cães. Fiéis escudeiros dos porcos.


Justiceiros e engajados, eles assumem o papel de disseminar a verdade. Enviadas por eles, chegam a nós -via pombos correios- mensagens reveladoras: “Ela mata criancinhas”, “Ele é ateu”, “Ela diz ser maior que Deus”.


Diante de tantas revelações, mudamos nosso voto, e “desmudamos”, e mudamos novamente.


Mas calma aí! Eles infringiram a segunda lei: Não misturar Estado com religião!


Votemos no porquinho que está preocupado com a conservação da nossa plantação.


Entretanto, antes que cometêssemos o maior erro de nossas vidas, vimos a verdade na parede do celeiro. As leis, na verdade, diziam:


* Não misturar Estado com religião, a não ser em época de eleição
Com mais um erro corrigido, chutamos o porquinho verde da disputa e nos concentramos nos dois restantes.


As mensagens não param.


Dessa vez não são só os cães que mandam, os porcos também. Não vemos mais o sol, ele está coberto pelos pombos que não param de chagar com mensagens cada vez mais ameaçadoras: “Ela já cometeu assassinato”, “Ele quer vender a granja”, ”Ela é terrorista”, “Ele é covarde”.


Alguns animais chegam a pensar que havia uma lei que proibia a difamação dos irmãos bichos, mas os porcos lembram-nos que a regra era clara: “Não difamar o irmão, a não ser por uma eleição”.


Constrangidos com nossa falta de memória, pedimos perdão aos porcos, que solidários como sempre, encontram uma perfeita solução: A ultima lei será a única, e resumirá todas as outras:
“Todos os bichos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

Por Will Carvalho

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eu gosto do teu nome

Eu gosto do teu nome
Eu gosto do teu rosto
E entendo quando feres aos que a ti se achegam
Não é por mal, é por que aí está a tua natureza
Mas quando se acostumam a tua presença
Entram no teu íntimo e o reconhecem lar
Não estranham o teu arredio olhar

Eu gosto do teu nome
Sobretudo quando pronunciado pelos teus filhos
Os nascidos em tua casa
Os que aprenderam contigo
Mas que isso não deixe ninguém enganado
Pois sabes tratar com igual cuidado
O filho do teu ventre e o teu filho adotado

Eu gosto do teu rosto
E não importa a tua cor
Se a imagem é preta e branca, se é verde
Admiro igualmente
Emociono-me com igual intensidade
Como é bom ouvir teu filho dizer, com a língua entre os dentes:
Caatinga!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Princesa Sofia






E chegou


No dia 09 de outubro o sol


Encantou


A todos que aqui viviam sós




E agora somos gente grande


Lutando pra que ela fique bem


Fazer o que estiver ao nosso alcance


Pedir aos anjos que eles digam amém!




Se ela quer ter um brinquedo


Meu braço é um parque de diversões


Mas se ela agora está com medo


Enfrento tigres, bruxas e dragões




Dois dentes fazem um sorriso perfeito


Um grito faz alguém feliz


Se ela deita em meu peito


Alguém no céu abre a janela diz:




Olha o presente que eu dei a vocês


Sinta o amor que antes não existia


Olha a mudança que ela já fez


Deram-lhe o nome: Princesa Sofia

Você e Eu

Você Surgiu
Não Sei de Onde
Se do Céu
Ou de um Sonho Bom
E Descobriu
Que Aqui Se Esconde
Uma Certa Voz
Que Sabe o Tom
Das Canções Que Fazem Você Dormir
Das Canções Que Fazem Você Chorar
De Tudo Aquilo Que Te Faz Rir
Daquilo Tudo Que Te Faz Amar
Por Outro Lado
Eu Descobri
Em Você
O Meu Olhar Mais Lindo
E Que Poucos Coisas
Me Fazem Tão Bem
Quando Olhar Você Sorrindo
Sou Teu Homem
Sou Teu Amigo
Sou Teu Anjo Se Precisar
E Não Se Assuste
Quando Lhe Digo
Foi Você
Quem Me Ensinou
A Amar!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

1984



6:00


pi pi pi pi pi pi

Acorda, anda, pega, liga, molha, seca, escova, enxágua, limpa, come e sai...


Anda, chega, entra, olha, liga, escreve, bebe, apaga, atende, anda e vai...


Come, limpa, volta, fala, entrega, pega, pula, pede, esquece, lembra e sai...


Acredita.


Mente.


Deita, mas não sonha. É 1984. Sempre foi.


6:00

pi pi pi pi pi pi



terça-feira, 16 de março de 2010

Arte sacra (fotos Isabela Sales)










Exposição de Arte Sacra... algumas coisas legais!

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Uma casa para abrigar a tua baianice máxima!"



Quarto onde Vinícius dormia... uma banheira que tinha vista pra praia de Itapoã!











"Passar uma tarde em Itapoã..."

Ao contrario do que possa parecer e do que a maioria das pessoas acredita, o poeta carioca não passou apenas algumas tardes na bela praia baiana, mas sim, alguns anos de sua fervorosa vida. Dois, para ser mais exato.


Durante os anos de 1974 e 1975, o poeta esteve em Salvador, vivendo sua incansavel vida , de frente para o maravilhoso mar de Itapoã.


Além dos encantos da capital baiana, o principal motivo que levou o poetinha a morar em Salvador foi a paixão pela mulata soteropolitana Gesse Gessy. Foi a ela que Vinivius dedicou a casa construida na rua denominada (coincidência ou providência poética?) Carlos Drummond de Andrade.


Como todo bom poeta, Vinicius se expressa melhor (se é que conseguia se expressar de outra forma) através da arte. Desse modo, ele não soube outra maneira para falar de sua casa se não através de um poema intitulado "A casa".


O poema concluído em 19 de outubro de 1974 descreve com detalhes a construção. No poema Vinicius descrever as vigas e madeiras mas também os motivos que o fizeram construi-la: "Sim, amada, aí tens a tua casa. Tua, só tua, imensamente tua. Para que nela viva sempre nua/ com teu céu, com teu mar, com tua Lua! E o teu triste e amantíssimo poeta".


O projeto da casa é de Jamison Pedra e Sílva Robatto, obra executada a cargo do engenheiro Eisinho Lisboa, pelo mestre de obras Francisco e o carpinteiro Jonas, todos também citados no poema. De acordo com o carioca poeta, era "uma casa baiana, feita por baianos, para abrigar a tua baianice máxima, sonhada desde os idos cariocas".


Hoje a casa de Vinicius de Moraes foi transformada em um hotel. Ao redor dela, outras construções foram erguidas, mas a construção original permanecida como outrora, inclusive sua banheira, de onde se pode ver o mar de Itapoã.


Em frente à construção, uma praça dedicada ao poeta foi erguida. Nela há a famosa estátua de Vinicius que retrata o carioca em tamanho real, sentado em uma cadeira enquanto rabisca algo em um caderno, quem sabe mais um poema, mais um inesquecivel poema desse poeta que, mais que ninguém, soube fazer eterna sua vida.